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Alcione Roberto Roani

Altruísmo eficaz

Ajudar alguém é sempre uma boa ação? É uma atitude ética? Quando uma doação não é realmente uma ajuda? Estas provavelmente são questões enfrentadas por aqueles que pretendem ajudar. A iminência do Natal e Ano Novo desperta nas pessoas o sentimento de que devem ajudar de alguma forma aos outros. Lamentável que em alguns casos seja apenas neste período e que sejam ajudas descomprometidas ou pela simples publicização do ato. A prática da benevolência vai desde uma ajuda financeira / bens até a identificação com uma causa e a dedicação de um tempo. Provavelmente muitos já se depararam com a dúvida de qual é a melhor maneira de ajudar. Ajudar é importante, mas também é necessário ter um cuidado para que a ajuda não se transforme em um problema ou potencialize os já existentes. A intenção de ajudar pode ocultar a finalidade e, com isso, proporcionar um dano ou aumentá-lo. Ajudar por ajudar, por exemplo. Ou ajudar imbuído pelo espírito natalino, pois os outros também o fazem. Além disso, há casos em que a simples intenção oculta outra face da ajuda, a saber, o comprometimento. Simplesmente cumpre-se o papel de ajudar mas não procura saber a finalidade proporcionada com a ajuda. Ajudar por dever e, com isso, fica a sensação de estar cumprindo uma obrigação que tornaria o indivíduo melhor perante a sociedade.

Então como saber se realmente a ajuda é eficaz? O movimento social mundial denominado Altrísmo Eficaz (Effective Altruism vide in www.altruimoeficaz.com.br) procura evidencias para dimensionar critérios a fim de promover o maior impacto positivo para as ações com base em princípios vide Manual do Altruísmo Eficaz.

Pautado por princípios claros o movimento procura potencializar o resultado da doação com o intuito de causar o maior bem ao maior número de pessoas possível. Qual é o maior bem que podemos fazer? É, por um lado, proporcionar que a ajuda realmente cause um bem ao ajudado e, por outro lado, que não cause um dano. Ex. dar dinheiro a alguém pelo simples fato de querer ajudar, mas o mesmo utilizará a doação para alimentar um vício. Isso ocorre provavelmente pelo fato do doador não possuir um comprometimento com a conseqüência da ação. O que é muito comum as pessoas “doarem esmolas” apenas como uma forma de aliviar a consciência e com isso não dimensiona o resultado proporcionado pelo seu ato de doar.

O mais importante é realmente ajudar as pessoas pelo dever moral de salvaguardar a humanidade que existe em nós independentemente de aderir ou não ao movimento do Altruímo Eficaz. Porém, podemos retirar uma boa lição do movimento do Altruísmo Eficaz no que tange as doações, ou seja, não basta simplesmente doar, é preciso mensurar o resultado proporcionado pela doação. Isso podemos chamar de comprometimento com a pessoa que recebe a doação, pois a consideramos diante dos ideais de humanidade além de potencializar os resultados proporcionados pela doação. Caso contrário, o ato de doar torna-se um simples ato de doar e beira a situação limítrofe entre ajudar e prejudicar. A melhor atitude não é deixar de ajudar. Isso é extremismo. A melhor atitude ainda é ajudar mas procurar ter clareza das conseqüências proporcionadas pela sua ajuda também é uma atitude digna. E para ter clareza precisamos estabelecer critérios que pautem nossas decisões.

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