divdiv
PUBLICIDADE

Tecituras Analíticas

Esta arte da Psicanálise

Dirlene Baruffi –  Psicóloga, Psicoterapeuta de crianças, adolescentes e adultos. Especialista em Educação Especial. Especialista em Psicoterapia de Orientação Analítica (CELG-UFRGS). Membro do NEPP –PF (Núcleo de Estudos em Psicoterapia Psicanalítica de Passo Fundo).

[email protected]

Há poucos dias, tive a oportunidade de iniciar a leitura de  uma obra com o título citado acima.  Obra de Thomas Ogden, psicanalista americano, que parte dos conceitos de Freud, Klein, Bion , Winnicott, dentre outros. Este título despertou-me muita curiosidade: o que todas aquelas páginas diriam sobre esse trabalho tão instigante e desafiador que optei por seguir? De fato, concordo: a Psicanálise é uma arte feita de palavras, silêncios, reflexões, questionamentos e uma busca incansável pela verdade que habita cada um de nós, feita com muito zelo e respeito ao tempo de cada um dos participantes deste processo. É como tecer, calmamente fio por fio e ver algo transformar-se! É ainda mais: é sentir a transformação. A Psicanálise é arte que encanta.

Percorrendo a obra, deparei-me com alguns princípios que não é possível abrir mão no exercício dessa profissão e compartilho com os leitores, brevemente o que considero particularmente essencial. A Psicanálise é uma experiência emocional vivida. Sonhar nossa própria experiência é apropriar-se dela no processo de pensá-la e senti-la. A medida que é incapaz de sonhar sua experiência emocional, o indivíduo é incapaz de mudar, ou de crescer, ou de tornar-se diferente de quem tem sido.

A estrela guia da Psicanálise é o princípio de que o analista trata seu paciente de uma forma humanitária, de uma forma que honre a dignidade humana. Agir humanamente no ambiente analítico não é sinônimo de diminuir o sofrimento psicológico do paciente; o sofrimento psicológico é necessário no processo analítico. O esforço de encarar a verdade, uma das tarefas humanas mais difíceis está no âmago do processo analítico e lhe dá a direção.

A responsabilidade do analista não é com a Psicanálise, mas com o bem-estar do paciente, com o trabalho que precisa fazer para viver sua vida de maneira diferente, que pode significar: viver de modo menos atormentado, menos solitário, ou menos vazio, ou menos destrutivo, ou menos egoísta; mudar a forma de viver sua vida e como se conduz no mundo.

ATENTAR ANALITICAMNETE PARA O DILEMA HUMANO DO PACIENTE! Esta é a ARTE da Psicanálise.

A meta da Psicanálise não é simplesmente sonhar os sonhos não sonhados e interrompidos do paciente no setting analítico. A participação do analista no sonhar e pensar sua experiência anteriormente insonhável é um meio para um fim: o paciente desenvolver sua capacidade de sonhar sua experiência sozinho. Com esse desejo, de fortalecer e independizar seus pacientes, os psicoterapeutas e analistas estarão transformando e agregando novas formas, novos coloridos, novas imagens às obras da vida de cada um.

 

Publicidade
Publicidade
    Publicidade