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Economia

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Crise provoca encolhimento do setor metalúrgico em Erechim

Indústrias locais empregam menos da metade dos funcionários de dois anos atrás

Por: Da Redação

Um dos setores que mais sentiu os efeitos da crise em Erechim foi o industrial. Os problemas financeiros enfrentados como Comil e Intecnial, que refletiram em outras pequenas empresas que forneciam a estas indústrias e prestadores de serviço, resultaram num encolhimento da mão de obra utilizada pelo setor metalmecânico no município.

A situação é confirmada por Fábio Adamczuk, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, dos 5,5 mil associados que o sindicato tinha há dois anos, restaram atualmente apenas 2,5 mil. Isso ocorre porque muitos dos trabalhadores desligados das indústrias de Erechim, foram morar em outras cidades, ou estão buscando o sustento em outras atividades, e muito poucos conseguiram recolocação no mercado de trabalho no mesmo setor. “Além dos funcionários demitidos da Comil e Intecnial, várias empresas menores fecharam as portas, demitindo todos os funcionários. Nos últimos meses a situação estabilizou, mas o setor foi o mais atingido na região”, comentou Fábio no programa Atmosfera News.

Dados do Caged confirmam a situação. Nos últimos 12 meses Erechim teve um saldo negativo de 2086 empregos. Só o setor industrial teve uma defasagem de 1844 empregos no ano passado. Em 2017 o saldo é positivo, com 341 contratações a mais do que desligamentos, mas ainda insuficiente para mudar esse quadro.

Duas das maiores empresas de Erechim que entraram em Recuperação Judicial foram as principais responsáveis por esses números. Conforme Adamczuk, a Comil demitiu praticamente a metade dos funcionários – 840 pessoas. Hoje, segundo ele, a empresa está produzindo quatro ônibus por dia, o que é suficiente para manter em dia os salários dos funcionários que estão trabalhando, mas talvez não o bastante para pagar as dívidas, entre as quais estão as rescisões dos empregados demitidos.

Já os funcionários demitidos da Intecnial – empresa que chegou a ter 1500 funcionários e hoje mantém apenas 300 – não tiveram os valores a receber incluídos nos créditos da Recuperação Judicial, porém, segundo Adamczuk, não estão recebendo os valores definidos em quatro Acordos Coletivos negociados entre a empresa e sindicato. “Depois que a justiça determinou a reintegração dos funcionários que a empresa demitiu inicialmente, fizemos quatro Acordos Coletivos. O primeiro deles é relativo ao desligamento de 19 funcionários, dos quais,16 já receberam tudo e três ainda têm valores a receber. No maior acordo, relativo a 186 funcionários, estava previsto o pagamento mensal de um salário mínimo a cada um, e a venda de um imóvel para pagamento de parte das verbas rescisórias, mas que não está sendo cumprido. Além de outros dois, um de janeiro, relativo a seis trabalhadores, e outros de abril, para o desligamento de 86 pessoas, que também não foram cumpridos”, explica. Ele acrescenta que recentemente 60 estagiários do Senai foram desligados também sem receber as verbas rescisórias e o caso foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho.

“Ainda neste mês estaremos judicializando os Acordos Coletivos não cumpridos, conforme decidido em assembleia pelos trabalhadores”, destaca. Fabio considera a situação da Intecnial grave, uma vez que a empresa não estaria conseguindo cumprir os compromissos posteriores à Recuperação Judicial.

“Muitos trabalhadores mudaram de cidade, sendo que da Comil cerca de 300 funcionários demitidos eram de municípios da região que vinham diariamente a Erechim e que agora estão buscando alternativas em suas cidades de origem”, completa.

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