Um ícone da radiodifusão erechinense morreu na tarde desta quarta-feira, 21. Delcy João Maloz, 75 anos, lutava contra um câncer. Depois de nove dias na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital de Caridade, o radialista descansou.

Em 02 de janeiro deste ano o Grupo Atmosfera teve a satisfação de entrevistar Delcy para o documentário 100 Anos, 100 Histórias. Em uma conversa de pouco mais de uma hora em meio a risadas e de forma descontraída ele contou a equipe um pouco da vida como um dos mais antigos redatores da cidade.

A entrevista será exibida nos próximos dias. Agora você acompanha um pouco da vida deste homem que se dedicou ao rádio, ao esporte e também a política

“Eu vivi uma vida boa”

Após cumprir serviço militar no Batalhão da Guarda Presidencial em Brasília, voltou a Erechim e passou a integrar o Batalhão da Brigada Militar na cidade. Foi transferido para exercer a função em Porto Alegre. Fez curso para oficial, mas, numa vinda a Erechim participou de um concurso para redator de esportes da Rádio Erechim. Muito ligado a área desde adolescente acabou tirando o primeiro lugar no concurso. Foi chamado pelo então gerente da emissora Euclides Tramontini para trabalhar no veículo de comunicação.

Pediu demissão da BM. Voltou a Erechim num domingo de manhã. A tarde começou a trabalhar como repórter esportivo no antigo campo do Atlântico. Começou como redator de esporte e depois passou a ser redator geral. Função que exerceu por 49 anos.

Delcy participou dos principais fatos históricos do esporte erechinense como a implosão do estádio do Atlântico e a inauguração do Colosso da Lagoa. “Sempre amei o esporte e dediquei minha vida a ele. Com 16 anos fui um dos fundadores da Sociedade Esportiva Juventus, que hoje chama-se Acejá. Sou o único fundador que nunca abandonou o clube. Como presidente patrocinei a fusão do Juventus com o Aimoré e aí está há 38 anos o Acejá”, declarou na entrevista

Além do rádio, Delcy foi assessor da Câmara de Vereadores por 30 anos. Para ele Erechim chega aos 100 anos como uma cidade moderna e em pleno crescimento. “Nossa cidade está no bom caminho. Se eu tivesse que viver de novo, eu queria viver como vivi meus 75 anos até hoje e aqui. Eu não me arrependo de nada. Acho que vivi bem, fiz o que eu quis fazer, tenho minha família, meu clube e os meus amigos. Eu vivi uma vida boa”, com estas palavras Delcy  encerrou a entrevista.

Delcy Moloz deixa esposa, dois filhos e três netos. Ele está sendo velado na Capela B do Hospital de Caridade.