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Mãe pede socorro em busca de exame para filho recém-nascido

Bernardo está há cinco meses na UTI do Santa Terezinha e precisa ser levado a Porto Alegre para um procedimento

Por: Cristiane Rhoden
Fotos: Djone Bald

Ansiedade e preocupação. Dois sentimentos que se tornaram rotina para a dona de casa Fabiana Ceccatto Magalhães. A explicação é simples: há quase seis meses ela acompanha na UTI da Fundação Hospitalar Santa Terezinha o filho Bernardo. O menino nasceu prematuro, com apenas 24 semanas de gestação. Pesava só 845 gramas. Mas o bebe se mostrou forte. Venceu vários desafios e hoje já está pesando pouco mais de quatro quilos. Poderia ir para casa para crescer junto da família. Porém, segundo a mãe, um problema respiratório impede a criança de ficar longe dos aparelhos.

“Ele precisa fazer uma Fribrobroncoscopia (onde o paciente é sedado e um tubo flexível, com fibras ópticas, o broncoscópio, é introduzido pela boca até atingir os brônquios) que não é realizado pela Rede SUS em Erechim. Esse exame pode identificar o que o Bernardo tem. Além disso, o menino precisaria ser levado até a capital em uma ambulância UTI, veículo que o município também não possui”, explica a mãe.

O amargo da espera

Fabiana revela que já procurou ajuda da prefeitura de Erechim, mas não teve resposta. A Central de Leitos em Porto Alegre diz que não há vagas. O caso também já foi informado ao Ministério Público. O amargo da espera já se prolonga por mais de 30 dias. “Essa espera também nos preocupa porque ele corre risco de morrer. Há alguns dias ele foi desentubado, mas as paradas respiratórias são frequentes. Tenho medo que numa dessas crises os médicos não consigam entubar o Bernardo a tempo, aí ele se vai”, lamenta a mãe.

O desejo de poder pegar o filho no colo, trocar a fralda, dar banho e ver a criança crescer é o que da forças para que a mãe continue lutando. O exame tão necessário pode dar uma vida normal para o Bernardo. Um direito assegurado por lei para todas as crianças. “Nossa família vive dias de angústia. Precisamos nos desdobrar porque além do Bernardo temos outros dois filhos. Esse exame vai detectar o que ele tem, se precisa de uma cirurgia ou de um tratamento. O Bernardo lutou tanto para viver. Ele quer viver. Por isso agora somos nós que temos que lutar por ele”, fala emocionada Fabiana.

O que diz a Secretaria Municipal de Saúde

O poder judiciário de Erechim expediu uma ordem judicial para que fosse providenciado o deslocamento e o tratamento via Sistema Único de Saúde ou se necessário pela rede privada para o Bernardo. Segundo o Assessor Técnico da Secretaria Municipal de Saúde, Jacson Arpini, tanto a secretaria de Saúde, como a Coordenadoria Regional de Saúde e o Hospital Santa Terezinha não estão conseguindo êxito na efetivação da demanda tendo em vista que não há leitos pelo SUS e nem na iniciativa privada para acolher o recém-nascido para o procedimento. “Além do exame há a necessidade de arrumar um profissional para o procedimento pós-exame. O município já garantiu o pagamento das despesas. Mas não tem como levar a criança a Porto Alegre se não há hospital que possa acolher o recém-nascido”, explica Arpini.

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