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Números de fumantes diminuem, mas ainda preocupam

O Dia Mundial sem Tabaco é comemorado nesta quarta e busca relembrar os perigos do fumo e estimular a população a hábitos mais saudáveis

Por: Paloma Mocellin
Fotos: Divulgação

Anualmente, no dia 31 de maio, todos os fumantes e seus familiares são convidados a reflexão. O Dia Mundial sem Tabaco é comemorado nesta quarta, 31 e traz a tona ações educativas, campanhas e projetos relacionados ao tabagismo que são apresentados anualmente com apenas um objetivo, a conscientização.

A gestão e governança do controle do tabagismo no Brasil vem sendo articulada pelo Ministério da Saúde através do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A proposta é um conjunto de ações nacionais que compõem o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) o qual visa reduzir a prevalência de fumantes e a consequente mortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no Brasil.

A epidemia global do tabaco mata quase 6 milhões de pessoas por ano. Destas, mais de 600 mil são fumantes passivos (pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes). Se nada for feito, estão previstas mais de 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030. Mais de 80% dessas mortes evitáveis atingirão pessoas que vivem em países de baixa e média renda.

De acordo com o médico pneumologista de Erechim, Leandro Antônio Gritti, o problema é a principal causa de morte de saúde pública do país. “Diminuímos os números de fumantes em quase 50% em relação há duas décadas atrás, quando se tinha 35% da população fumante e hoje é de apenas 15 ou 16%, mas isso ainda não é suficiente”, comenta.

Silvana Fonseca é uma das pessoas que lida com a dependência e segundo ela as recaídas são constantes. “Eu e meu esposo paramos de fumar quando eu engravidei. Ele ainda não voltou, mas está recaindo e as vezes fuma. Eu voltei faz dois meses, mas estou tentando parar”, disse. Para ela, a principal dificuldade é a falta de incentivo principalmente da própria família, que muitas vezes fuma por perto. “É muito mais difícil se render a tentação com alguém fumando por perto. Eu particularmente não me aguento. Já tomei até remédios pra ansiedade e não adiantou”.

Segundo Gritti, é notável o equilíbrio do problema entre homens e mulheres fumantes e já está constatada a difusão cultural, assim como em qualquer outra dependência. “Atendemos muitas complicações do tabagismo, problemas bastante frequentes, relacionados as consequências do fumo, como por exemplo, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que é a principal delas”, pontua. A DPOC é um grupo de doenças pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar e dificulta a respiração. Segundo o médico a orientação é o principal meio de tentar evitar o fumo, porém além disso, e nos casos mais graves, é feito o uso de medicação auxiliar ou substância de reposição de nicotina que são os adesivos.

Franciele Caldeira também relata o envolvimento com o cigarro, mas enfatiza que pelos filhos a vontade dela largar o vicio é mais forte. “Eu procuro trabalhar e estar em lugares onde não tenha fumantes para que eu não sinta o cheiro do cigarro. Mas como meu marido fuma é mais difícil ainda quando estou em casa, e é aí que entram os meus filhos, que não quero que sejam fumantes passivos, muitos menos que tenham complicações por causa disso”, pontuou.

O fumante passivo, dependendo do grau de exposição tem 30% a mais de risco de câncer em relação a quem não é exposto ao tabaco. Segundo Gritti, o fumante passivo tem as mesmas repercussões do fumante ativo, mas em menor proporção, porém de acordo com o tempo e quantidade fumada. “Acredito que estas abordagens múltiplas, insistências em campanhas e educação relacionadas ao tabagismo sejam sim o caminho para a redução a longo prazo. Desde fotos em carteiras de cigarro, até normas restritivas, tudo isso é um grande somatório favorável a uma sociedade que precisa sempre ser relembrada e estimulada a hábitos mais saudáveis”, finaliza.

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