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Saúde

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#Artigo – Setembro Amarelo: Pandemia e suicídio

Historicamente, as pandemias são acompanhadas de sentimentos vivenciados em tempo de crise: desestrutura emocional, incerteza, medo, ansiedade, tristeza...

Por: Dra Fabiana Todeschini

A chegada da pandemia tem aumentado o número de estudos relacionando o Covid com o aumento dos casos de suicídio. Historicamente, as pandemias são acompanhadas de sentimentos vivenciados em tempo de crise: desestrutura emocional, incerteza, medo, ansiedade, tristeza…

Em março de 2020, foi estimado que mais de 2,6 bilhões de pessoas estavam em alguma forma de quarentena e, mesmo com a perspectiva de que essa pandemia termine brevemente, é essencial analisarmos com cautela a questão dos suicídios, pois os impactos psicológicos podem persistir por mais tempo do que a crise sanitária. Outro dado a ser lembrado e que gera muita preocupação é que a frequência de pessoas impactadas psicologicamente é maior do que o número pessoas infectadas pelo patógeno em questão, no caso o vírus. Esses dois fatores justificam a necessidade urgente de prevenção e manejo da crise, notadamente se associados ao isolamento, solidão, luto; violência doméstica; consumo de álcool, problemas financeiros, questões referentes a divulgação da mídia… Nesses casos, utilizam-se de estratégias de prevenção, diferentemente de quando há transtornos psiquiátricos preexistentes e/ou ideação suicida, o que faz que sejamos mais agudos no manejo.

Numa rápida revisão sobre efeitos psicológicos decorrentes da quarentena, foi listado o suicídio, como desfecho trágico diante do confinamento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, para cada pessoa que comete suicídio, existem outras vinte que realizaram tentativas. Levando em consideração, como já citado anteriormente, que bilhões de pessoas ficaram em quarentena no semestre anterior, concomitantemente à crise econômica, deduz-se que haverá um aumento significativo no número de pessoas procurando pelos serviços de saúde e outras tantas tirando suas próprias vidas.

É de suma importância, então, que se avalie aquilo que a máscara não consegue esconder, ou seja, o olhar que reflete a doença da alma.

Dra Fabiana Todeschini
Psiquiatra
CRM-RS 34540 RQE 29622
Centro Hospitalar Santa Mônica

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