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Marcelo Figueiró

Missão Impossível 6 – Efeito Fallout

Cruise faz filme de ação com cenas mais impossíveis ainda

Tom Cruise as Ethan Hunt in MISSION: IMPOSSIBLE - FALLOUT from Paramount Pictures and Skydance.

Tom Cruise as Ethan Hunt in MISSION: IMPOSSIBLE – FALLOUT from Paramount Pictures and Skydance.

Filmes baseados em Séries de TV normalmente não rendem boas obras de cinema. É muito difícil se transportar toda a construção, vista em dezenas de capítulos, para apenas duas horas de filme. Pior ainda que muitas vezes as séries tem desdobramentos criados por situações adversas, que acabam se tornando parte da mitologia. Ao serem retratados, ou não, fazem a película perder o sentido e amargar a crítica dos fãs. Existem dezenas de séries que simplesmente viram suas homônimas do cinema caírem no esquecimento. Para lembrar de algumas podemos citar Perdidos no Espaço (1998), As Panteras (2000), A Feiticeira (2005), Agente 86 (2008), O Homem da Uncle (2015), Baywatch (2017),e várias outras tentativas. Com esta referência, a crítica não acreditou quando Tom Cruise insistiu em reproduzir o seriado Missão Impossível, lá em 1996, há mais de duas décadas. Pois quem apostou contra o agente Ethan Hunt, perdeu feio. Hoje a franquia chega ao seu sexto episódio, intitulado Missão Impossível 6 – Efeito Fallout  (Mission: Impossible – Fallout, EUA, 2018).

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Antigas Missões

Originalmente o seriado Missão Impossível foi apresentado na TV americana entre 1966 e 1973, sendo relançado em 1988, mas sem o mesmo sucesso. O programa trazia uma agência de espionagem internacional chamada I.M.F. (Impossible Mission Force). Esta devia resolver casos que a CIA ou o FBI não conseguiam elucidar. Caso falhassem o governo negaria qualquer ligação com o grupo. Suas missões orbitavam a disputa que ocorria na guerra fria com a União Soviética. Algumas vezes também deviam resolver problemas externos ou com terroristas que começavam a aparecer. Para o trabalho dispunham de alguns truques, como aparelhos de informática ainda rudimentares e uma grande variedade de disfarces, que permitiam que assumissem outras identidades. As histórias eram ótimas, mas nada marcou tanto a série como sua célebre trilha de entrada, que até hoje é usada em qualquer cena de cinema com ação considerada impossível.

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Fã de Carteirinha

Fã assumido da série, Tom Cruise (A Múmia, 2017), tomou para si a construção do primeiro longa de Missão Impossível para o cinema. Parecia apenas mais um deslumbre do ator,que não só produziu a primeira fita, como insistiu em realizar as continuações. O mais interessante é que, depois de ver a série estabilizada, com uma boa base de fãs, sem grande necessidade busca de apoios para realizar os próximos filmes, Cruise passou a focar que cada película tivesse cenas mais difíceis de realizar.

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Parque de diversões

Já no primeiro longa, Ethan Hunt é pendurado por vários cabos aéreos para poder acessar um computador. No mesmo filme a produção coloca um helicóptero a perseguir um trem bala. Seria fácil, se isto não fosse feito dentro de um túnel. Nos episódios seguintes vimos Cruise escalar o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, de Dubai, e alçar voo na área externa de um avião. Detalhe, o ator não aceita que dublês façam suas cenas em situações reais. Isto obrigou a companhia de seguros do filme a criar uma modalidade especial de apólice, para que os longas pudessem ser produzidos. A impressão é que Cruise usa as películas como um playground particular, para que possa realizar todos seus desejos radicais.

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Pagando os erros

No novo filme, Missão Impossível 6 – Efeito Fallout, a equipe de Ethan Hunt acaba perdendo três cápsulas de plutônio, que podem ser utilizadas para produzirem bombas nucleares com poder mais devastador que as lançadas contra o Japão, na Segunda Guerra Mundial. Após o erro, obviamente é ordenado que a IMF recupere os dispositivos para impedir um atentado terrorista. Para isto, Hunt é obrigado a trabalhar em parceria com o agente especial da CIA August Walker (Henry Cavill, Liga da Justiça, 2017). Alguém nada confiável e que tenta impor as ordens da CIA sobre a missão da IMF.

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Negociando com o Inimigo

Hunt descobre que as cápsulas estão com uma organização criminosa internacional. O grupo está disposto a devolver os objetos. Mas, para isto, desejam em troca o presidiário Solomon Lane (Sean Harris, Macbeth – Ambição e Guerra, 2015). Este é um mega terrorista preso por Hunt no filme anterior da franquia. Agora o agente precisa libertar o bandido e tentar mantê-lo sob sua custódia, ao mesmo tempo que engana os detentores das cápsulas de plutônio os fazendo acreditar que seu líder será devolvido. É uma missão dificílima, pois Hunt precisa recuperar os artefatos, e manter o vilão sobre seu controle para que não ameace mais ainda a humanidade.

Missão Impossível 6 (6)

Atenção para o Impossível

A história de Missão Impossível 6 é seu ponto fraco e forte ao mesmo tempo. Fraco pois a trama é bastante complicada, obrigando o espectador a não piscar os olhos para entender quem é quem e como os objetivos vão sendo conquistados ou perdidos. Forte porque este mesmo roteiro, ao ser complexo, apresenta uma conectividade de elementos bastante razoável, difícil de ser elaborada, para um filme com tanta ação. Por falar em ação, este é outro destaque da película. Desta vez Cruise se joga de paraquedas da estratosfera, se pendura em um helicóptero, fica mal agarrado na beira de um penhasco e tem de pular sobre prédios bastante distantes. As peraltices renderam uma fratura ao ator, e um grande atraso nas filmagens. Isto quase obrigou o estúdio a transferir a estreia do longa, algo que não se efetivou.

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Além do Impossível

Missão Impossível 6 é mais uma subida no sarrafo para a franquia. Fica difícil imaginar o que Cruise irá inventar para nos apresentar no próximo capitulo da série. No entanto, se lembrarmos que no século passado mal acreditávamos que ele pudesse transformar este programa de TV, num filme rentável, ficamos com a certeza que o ator criará novas cenas inacreditáveis para se divertir no futuro. Que a Missão Impossível continue avançando, nos mostrando que realmente a TV pode ser transposta para o cinema, e que para Tom Cruise ou Ethan Hunt não existe impossível.

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