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Brasil

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Empreendedorismo em casa: de faxineira a doceira

Erechinense driblou a crise e as dificuldades com a fabricação de doces

Por: Cristiane Rhoden
Fotos: Cristiane Rhoden/Luiz Carlos Arpini

Para ser empreendedor não é preciso abrir uma grande empresa ou apostar numa startup. Os pequenos negócios crescem e muito  no Brasil. O número de empresas abertas em outubro deste ano aumentou 30,8%, se comparado ao mesmo período de 2018, com o surgimento de 307.443 novos empreendimentos, quase 10 mil por dia, segundo levantamento da Serasa Experian. São pessoas que buscam alternativas para driblar a crise e apostam num trabalho extra para aumentar a renda da família. Foi assim que uma empregada doméstica de Erechim abandonou as faxinas para adoçar vidas. Hoje ela fabrica doces e salgados para festas e o trabalho não para.

A atividade como doceira começou ha quatro anos quando iniciaram os problemas de saúde do marido. Por um tempo Silvia Câmara, de 51 anos, precisou arcar sozinha com as despesas da casa e o sustento da família. Foi aí que a doméstica resolveu investir na fabricação dos famosos bolos de pote. A ideia deu tão certo que a ela não parou mais. “Era sempre eu que fazia os docinhos e o bolo para as festas de família. Então resolvi fazer o bolo de pote. Eu trabalhava até as 19h numa casa de família, chegava em casa e passava a madrugada fazendo os bolos. No outro dia vendíamos. Daí veio a tarefa de  fazer os docinhos para o casamento de um amigo, depois um 15 anos e assim por diante. Não parei mais”, explica.

Garra e criatividade para driblar a crise

Um levantamento do Portal do Empreendedor, da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa e da Receita Federal, divulgado em outubro de 2018, mostrou que 6,5 milhões de brasileiros estão formalizados como microempreendedores individuais (MEI), categoria na qual se enquadram aqueles que trabalham por conta própria e faturam até R$ 60 mil por ano. Esse foi o caminho escolhido pela Silvia. O que começou como necessidade hoje é a garantia de renda da família. A doceira prepara os quitutes, uma das filhas é responsável pelo atendimento e encomendas, a outra faz a divulgação do negócio e o marido é realiza a entrega dos produtos. “Trabalhamos juntos. Começamos o negócio em razão da necessidade e hoje nos mantemos com a Caseirinhos (nome dado a empresa já que Silvia aposta na fabricação toda artesanal sem uso de produtos químicos). Ha cerca de um mês precisei deixar o trabalho de faxineira para me dedicar exclusivamente ao nosso negócio. Basta esforço e acreditar na ideia que tudo vai dar certo”, aconselha Silvia.

Indústria Criativa

Para gerar trabalho e renda, criatividade é um ativo que faz diferença tanto para empresas quanto para trabalhadores como a doceira Silvia. Não à toa, um modelo de economia cresce e abre oportunidades em todo o Brasil: a indústria criativa. Neste ano a doceira de Erechim resolver investir nas cestas de doces de Natal e os famosos panetones trufados. Delicias de dar águia na boca e que vão garantir um fim de ano mais tranquilo para a família. “Basta querer, acreditar, ter fé, trabalhar. Eu sempre digo quando você faz com carinho e amor o negócio prospera sempre”, declara Silvia.

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