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Deus e o pé de maracujá!

Confira a mensagem de fé para esta quinta-feira

Por: Pe Maicon Malacarne

O simbólico sempre nos interpela a experimentar. É o elemento que conduz a sensibilidade do mistério. Rodamos em torno do invisível. Ver as coisas para além das coisas nos possibilita falar de Deus e do maracujá. Jesus gostava de parábolas. Atiçava, assim, a imaginação e fazia entrar em contradição aqueles que o acusavam. Para a Psicologia Analítica de Carl Jung, os símbolos fazem parte da linguagem do inconsciente. Não é uma linguagem linear ou lógica, mas se manifesta como imagens que atuam como símbolos.

Deus é como um pé de maracujá. É sombra. É alívio. Um quintal com um maracujazeiro é tranquilidade em potencial. O pé vai crescendo, se fortalecendo, criando possibilidades de se espalhar, se firmando em estacas seguras, em cercas, cobrindo tudo e esverdeando a esperança que não se entrega. Deus é assim, vai “se fazendo em nós” devagar, à medida que nossas “estacas da fé” se firmam. Deus não tem pressa, mas não para. O Amor é insistente e resistente. Podemos tomar a decisão de deixá-Lo crescer ou de cortá-Lo pela raiz. Deus compreende, mas não deixa de renascer lá de baixo.

Deus tem cheiro, pode ser tocado, experimentado, visto. Nossos sentidos se voltam para o sagrado toda vez que olhamos o mundo para além do que ele é. Sentimos o cheiro da flor e do fruto do pé de maracujá de longe. A uns, reviravoltas sensíveis. A outros, lembranças da infância. Há quem ama sentir o cheiro de maracujás. Há quem odeia. Há quem desrespeita. Há aqueles que passam e nada acontece. Um Deus que não é sentido no cotidiano da vida pode ser teórico e distante demais. Pode não dizer nada. Ele é muito mais do que “faz um milagre em mim”.

Deus é beleza. A beleza nos ajuda a experimentar Deus. A flor de maracujá é uma preciosidade. Os registros contam que ela foi utilizada pelos europeus que chegaram ao Brasil para explicar sobre a paixão de Jesus aos indígenas. Assim era a aproximação: os três estigmas da flor correspondiam aos três cravos que prenderam Cristo na cruz; as cinco anteras representavam as cinco chagas; as gavinhas eram os açoites usados para o martirizar; por fim, no formato da flor era visível a imagem da coroa de espinhos levada por Cristo. Quando vemos a beleza das coisas fazemos experiência de Deus. Vamos superando o amargor, o azedume e “fazendo novas todas as coisas”.

Deus também acalma. Não pode ser uma fuga. Deus a gente olha de frente, sem ter medo, sem vergonha. Ele balança nossas verdades. Questiona nossas certezas. Afaga nossa impaciência. O maracujá é a fruta calmante. Comer ou tomar seu suco (comprovado pela medicina) tem uma ação sedativa que ajuda a relaxar. Quando nossa experiência religiosa consegue também nos levar aos caminhos do silêncio, da meditação, da contemplação, vamos aprofundando nossa relação com Deus que está em nós e está no mundo transcendendo-o.

Há os que gostam. Há os que não querem nem saber. Assim é o maracujá. Assim é Deus. O que é certo, eles estão aí para nos fazer viver a vida de maneira mais bonita.

Pe. Maicon

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