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Indígenas vão a júri popular por morte em Votouro

Acusados integravam polícia indígena e estariam envolvidos em um homicídio e duas tentativas de homicídio ocorridos na Terra Indígena Votouro

Por: Da Redação
Fotos: Arquivo ATM

A Justiça Federal em Erechim, RS, pronunciou, na última quinta-feira,  10 indígenas envolvidos em um homicídio e duas tentativas de homicídio ocorridos na Terra Indígena Votouro, localizada no município de Benjamin Constant do Sul, RS, em março de 2018.

De acordo com a denúncia realizada pelo Ministério Público Federal, o grupo de indígenas, todos integrantes da denominada “Polícia Indígena” e ligados ao então vice-cacique, realizaram o ataque enquanto as vítimas realizavam uma confraternização familiar. Na ocasião, os réus cercaram a residência das vítimas e efetuaram os disparos, os quais vieram a matar o indígena Vitor Hugo Refey e a ferir outros dois indígenas.

Conforme a procuradora da República Luciane Goulart de Oliveira, responsável pela ação penal, o que se destacou no caso foi o uso ilegítimo da força por membros da liderança indígena para assegurar a permanência do grupo no poder. Apurou-se que familiares das vítimas vinham questionando possíveis irregularidades realizadas pela liderança e isso, aliado ao desejo de apropriar-se dos bens das vítimas, teria motivado o ataque.

O crime fez com que um grupo com cerca de 40 indígenas deixasse a Terra Indígena, sendo que permaneceram acampados, durante alguns meses, em um terreno baldio localizado entre as sedes do MPF e da Justiça Federal de Erechim, protestando para que as autoridades públicas adotassem providências no caso.

Histórico de violência

O júri dos 10 indígenas é o primeiro julgamento de uma onde de violência que ocorreu na Terra Indígena Votouro em 2018. Naquele ano a Polícia Federal chegou a realizar uma operação para frear os crimes que vinham ocorrendo. Além da morte do indígena Vitor Hugo, em março, no mês de maio, Nathan Cozer Hochman, 21 anos, sobrinho do prefeito de Benjamin Constant do Sul foi morto na região, e o próprio prefeito Itacir Hochman foi mantido em cárcere privado e torturado, fatos que também passaram a ser objeto de inquérito da Polícia Federal.

Durante a Operação Terra Sem Lei, em agosto de 2018, a Polícia Federal encontrou celas, em um espaço que servia como cárcere. Além do homicídio e tentativas de homicídio pelos quais irá a júri, o grupo ainda responde, em outros processos, pelo homicídio de Nathan Hochman, incêndio criminoso, rixa qualificada, organização criminosa, cárcere privado e tortura.

O grupo também foi denunciado pelo MPF por milícia privada, tendo em vista que constituíram, organizaram, integraram e mantiveram um grupo criminoso sob o enganoso rótulo de “polícia indígena”, no interior da Terra Indígena de Votouro,  ao menos entre os meses de outubro de 2016 e agosto de 2018.

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