NETSV traz 10 dicas para uma internet segura
Só em 2020, mais de 24 milhões de tentativas de golpes virtuais foram registrados no Brasil. Mas com um pouco de atenção, é possível evitar problemas online
“Clonaram o meu WhatsApp, preciso de ajuda!”. O pedido de Josiane* em seu perfil do Facebook é um entre milhares. Ela não foi a única a ter o seu número roubado: entre 2018 e 2019, 46% dos internautas brasileiros foram vítimas de algum tipo de golpe financeiro, como aponta o levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Ao todo, a estimativa é que mais de 12 milhões de pessoas tenham sido prejudicadas por crimes virtuais, das quais quase um quarto perdeu documentos pessoais. O prejuízo financeiro é uma consequência grave: estima-se que as perdas tenham alcançado a marca de R$ 1,8 bilhão.
Já neste ano – em plena pandemia – o volume de crimes só aumentou: de março até junho, mais de 24 milhões de tentativas de fraudes virtuais foram registrados. Boa parte deles usava o assunto “coronavírus” como isca.
De acordo com Everaldo Possa, gerente e fundador da NETSV, provedor de internet local, é essencial que as pessoas fiquem atentas a possíveis crimes cibernéticos. “Estar seguro na internet de hoje não é impossível, desde que existam cuidados. As pessoas precisam estar cada vez mais atentas para não cair em armadilhas”, lembrou ele. O cuidado com a seguridade das redes de internet é outro ponto importante para garantir a melhor experiência do usuário. “O nosso sistema é atualizado frequentemente e tomamos medidas para mitigar IPs maliciosos que contém vírus e malwares. Isso impossibilita a entrada de invasores e faz com que os nossos clientes e parceiros estejam o mais protegidos possível, pelo menos de um lado”, esclareceu. “Além disso, sempre buscamos informar os perigos e formas de se prevenir na internet através das nossas redes sociais. Sabemos que os crimes virtuais são um problema infelizmente cada vez mais comum e o objetivo é evitá-los”, completou.
Mas também existem dicas práticas que os usuários podem ter em casa para evitar cair em golpes. O gestor técnico da NETSV e bacharel em Ciências da Computação, Gean Pagliari, nos ajudou a compilar algumas ações simples e certeiras no combate aos crimes virtuais. Confira as dicas!
- Evite os famosos “clique aqui”
Propagandas muito atrativas que induzem a clicar em algum lugar podem levar ao download de softwares mal-intencionados. Pense duas vezes antes de acessar um desses anúncios.
- Cuidado com as extensões dos arquivos!
A dica é que, ao receber e-mails, o usuário desconfie de extensões de arquivos como .exe e .bat – que geralmente guardam arquivos maliciosos.
- Habilite a dupla verificação das suas redes sociais
De acordo com Pagliari, a verificação em duas etapas é uma forma mais segura em relação ao acesso com senha. “A confirmação acontece com o envio de um código via SMS ou e-mail, por exemplo”, explica o gestor técnico da NETSV.
A verificação em duas etapas é especialmente essencial no WhatsApp, uma das redes preferidas por golpistas. Para habilitar a dupla verificação vá em “Conta” e “Confirmação em duas etapas”. Depois de inserir os seis dígitos, o aplicativo estará seguro. Mas cuidado: a proteção depende de você. Por isso…
- Nunca passe o seu PIN de verificação para ninguém!
Um dos crimes mais comuns atualmente é aquele em que o golpista pede pelo seu PIN de verificação do WhatsApp. Lembre-se: esse número é só seu e não serve para nada além de conferir segurança à sua conta. Ninguém precisa saber além de você!
- Nunca preencha formulários com informações pessoais, principalmente CPF e dados bancários
Um golpe muito comum durante a pandemia é sobre o pedido de dados para um suposto acesso ao Auxílio Emergencial, mas existem outros muito parecidos. Por isso, atenção: os órgãos oficiais, como o Governo Federal ou Estadual, não solicitam seus dados via WhatsApp ou mensagem de texto. Requerimentos só podem ser conferidos e solicitados nos sites oficiais – e eles não precisam dos seus dados bancários.
- Faça senhas fortes – e não use a mesma em todos os sites
Outra recomendação de Pagliari é que seja criado um padrão de senha a ser usado em todos os sites – mas com dígitos diferentes. “Adicione letras iniciais ou finais do próprio site neste padrão, assim as senhas serão diferentes para cada acesso”, explica ele.
- A guia anônima pode te livrar de problemas
Sempre que usar um dispositivo não pessoal, acesse a internet pela guia anônima. “Isso evita que os dados de acesso fiquem salvos e outros usuários acessem de forma indevida”, recomenda Pagliari.
- Antes de comprar, olhe de novo
É comum que golpistas usem endereços de email de empresas famosas e alterem só um ou outro detalhe. Eles também utilizam o layout dos sites conhecidos, quase que idênticos ao original. Uma dica para validar o site é pesquisar a reputação da empresa e desconfiar de objetos oferecidos com um preço muito abaixo do valor de mercado.
- Sim, antivírus atualizado é importante
Se engana quem pensa que os antivírus não protegem os dispositivos eletrônicos: eles trabalham para que as máquinas não sejam invadidas por malwares capazes de roubar dados ou que simplesmente as deixam mais lentas. E atualizar os antivírus regularmente é essencial. “Brechas de segurança são descobertas com frequência, por isso os dispositivos precisam estar atualizados para corrigir as falhas e futuros problemas já identificados pelo fabricante. As atualizações levam um pouco de tempo, porém evitam muitos problemas como vazamento de dados ou até mesmo perda de dados”, explica Pagliari.
- O seu roteador também precisa de atenção
Se você usa Wi-Fi, o roteador é a primeira entrada para o vasto mundo da internet. Para evitar fraudes, não informe a sua senha para usuários que não são parte do seu convívio – e, não custa lembrar, procure compor senhas difíceis de seres descobertas. Além disso, busque utilizar chaves de segurança, como pontua Pagliari: “a chave de segurança WPA2 é uma prática recomendada, inclusive é a mais utilizada no mundo atualmente, por possuir mecanismos de criptação de dados”.
Fui vítima: o que fazer?
Se você foi vítima ou sabe de alguém que pode estar praticando algum golpe virtual, denuncie pelo 197 ou pelo WhatsApp da Polícia Civil: (51) 9 8444-0606. Também é possível registrar a ocorrência pela Delegacia Online: www.delegaciaonline.rs.gov.br
*O nome foi trocado para resguardar a identidade da vítima.