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O perigo dos fogos de artifícios para os animais de estimação

Conheça ações que ajudam a diminuir o pânico que eles sentem

Por: Da Redação
Fotos: Divulgação

O que fazer com o animal de estimação que sente medo de fogos de artifício? Portas arranhadas, mordidas, móveis revirados, animais que fogem, se escondem ou até mesmo morrem, são recorrentes nas festas de final de ano, principalmente na virada do ano. Os cães e gatos que não estão habituados ao barulho ou sons intensos geralmente reagem mal aos fogos de artifício.

Existem algumas ações que ajudam a diminuir o pânico que eles sentem. Segundo a médica veterinária, Patrícia Silva, deve-se sempre lembrar que nenhum cão ou gato nasce com medo de determinado som ou ruído. O que acontece é o desenvolvimento desse medo ou fobia ao longo da vida conforme o estímulo ou acontecimento traumático que sofreu. “Provavelmente, o fator mais importante para que o cão se transforme em um animal confiante ou medroso é a socialização precoce. Ainda filhote, o animal deve ser exposto de maneira agradável e segura a todos os tipos de barulhos e situações, demonstrando que o barulho de fogos não representa perigo e que é algo passageiro. O pet pode se habituar ao som”, disse Patrícia.

É normal achar que apenas os cães sofrem com os fogos de artifício, mas Patrícia esclarece que não é incomum ver gatos com medo de ruídos altos, especialmente fogos de artifício. “Eles geralmente demonstram o medo fugindo para se esconder em um local onde se sentem seguros. Os pássaros, hamsters, ferrets, porquinhos da índia e coelhos também podem demonstrar medo, deve-se sempre cobrir as gaiolas e deixar em um local onde o som fique abafado”, explicou a médica veterinária. Às vezes o medo ou fobia pelo barulho é tanta que o animal acaba se machucando ou ferindo pessoas e animais próximos a ele. Neste caso, Patricia indica que possa ser necessário o uso de medicamentos e calmantes, porém, deve-se sempre fazer uma consulta com o médico veterinário, onde será realizada uma avaliação do paciente e exames para determinar qual a melhor alternativa a ser utilizada. Vale lembrar, que florais, calmantes e medicações são alternativas paliativas podendo ajudar no momento do pânico, mas não resolvem o problema.

Segundo Patricia, sair para festejar as festas de final de ano em outro local e deixar o pet sozinho em casa não é uma boa ideia. “Devido ao medo, ele pode se machucar seriamente, por querer fugir da situação que o está incomodando. O ideal é recorrer a um hotel de cães que tenha uma equipe preparada para dar suporte aos animais na noite da virada de ano ou para o tempo em que os tutores estiverem viajando. Se for necessário sair apenas na noite da virada de ano, alguns cuidados como cobrir as janelas com cobertores e mantas grossas, para abafar o som, deixar um rádio ou televisão ligados. Evite deixar qualquer coisa que possa ser derrubada e quebrada, machucando o animal. Não deixe o cão acorrentado e sim em um local seguro e que não tenha a possibilidade de fuga e providencie todos os cuidados necessários com antecedência”, falou Patrícia.

E para quem acha que não irá acontecer nada demais com os animais de estimação na noite de fogos (além do constante pânico que sentem), Patrícia faz um alerta. “O desespero e fobia que os animais sentem é tanto, que podem cometer atos que nunca imaginaríamos possíveis, podem saltar muros que antes eram inalcançáveis, arrebentam portões, fogem correndo risco de atropelamento, podendo causar acidentes graves, tentam (e muitas vezes conseguem) atravessar portas de vidro, batem com a cabeça contra grades e paredes, ficam presos em espaços pequenos onde tentam se esconder, enforcam-se na própria coleira/corrente tentando rompê-la, tornam-se agressivos com outros animais, até mesmo os de contato diário ou o próprio tutor”, explicou.

Muitos tutores já buscam outras formas de amenizar a agonia dos bichinhos com métodos caseiros, que não precisem recorrer ao medicamento. Dezembro mal havia iniciado, e corria pelas redes sociais um método para acalmar cães, que consiste na amarração de um pano entorno do corpo do cão. De acordo com Patrícia, esse método se chama Tellington Touch, “É sabido que animais que tem esse tipo de pavor também tem grande sensibilidade nas regiões traseiras, nas patas e nas orelhas. O método consiste em amarrar seu cachorro com uma faixa para estimular a circulação sanguínea nas regiões extremas do corpo e com isso reduzindo sua irritabilidade. A TTouch deve ser apresentada ao cão em momentos comuns, nos quais ele não apresenta medo. A técnica funciona para muitos cães, porém, em casos extremos em que o animal já esta em pânico, não terá qualquer reação com o uso do método, ou até mesmo ficará mais irritado e tentará arrancar as faixas. Evite utilizar esta técnica em gatos, pois pode estressá-los ou deixá-los estáticos”.

Patrícia também indica aos donos de cães e gatos que no momento dos fogos de artifício, não é aconselhável dar colo e carinho ao pet, pois essa ação pode incentivar o medo que já está sentindo. “Por mais que ele chore, o tutor deve sempre manter uma postura que transmita ao animal a sensação de segurança, quando o barulho cessar ele irá perceber que nada de mal aconteceu. Punir o animal também não é nada bom, pois isso irá aumentar o medo e a ansiedade associando o barulho ao medo e punição. Deixe o animal escolher o lugar onde se sente mais seguro, ele irá procurar um local silencioso, escuro e tranquilo para se abrigar e fugir do barulho. A caixa de transporte também é uma opção”, disse Patrícia.

Para garantir a segurança do pet, a médica veterinária ressalta que é necessário garantir a segurança do bicho, fechando bem as portas e janelas para evitar fugas. Manter o local no qual o pet se encontra sem objetos ou móveis que possam causar lesões. Se seu animal não possui coleira de identificação, é uma boa ideia comprar uma e fazer o animal usar, assim, caso ele fuja e alguém encontrar, na coleira constarão o nome do cachorro e o telefone do tutor. “Enriquecer o ambiente do animal com brinquedos ou desafios para que este possa ter sua atenção desviada (bolinhas, túneis, caixas de papelão entreabertas). Com gatos que tem acesso á rua, recolha-os antes de começar o barulho dos fogos, evitando fugas para a rua, onde podem ficar mais assustados e correr para locais perigosos ou até sofrer maus tratos. Tente dessensibilizar os pets para que se acostumem com ruídos altos, de forma que o barulho se torne normal para eles, isso pode ser feito através da reprodução, em volume baixo, de um áudio com barulhos de trovões e fogos de artifício por intervalos curtos de tempo, associando o barulho á algo bom, como petiscos, brincadeiras”, explicou Patrícia.

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